segunda-feira, 22 de setembro de 2008

70.3 no sufoco. Uma das provas mais faladas no Brasil.

Pela 1° vez em SC, mais precisamente na cidade de Penha, ocorreu em 14 de setembro a 3° edição do meio-Ironman Brasil. Com 650 inscritos, em um percurso controverso, “assistimos” uma acirrada disputa entre grandes triatletas pelas vagas para o mundial na Flórida. Dentre eles, Oscar Galindez, Ferd Monteiro, Igor Amorelli, Mariana Ohata, Vanessa Giannini, dentre outros.

Largada ocorreu as 08:00 com água a 20°C, flet. Os atletas nadaram em um percurso triangular de 1.9km de apenas uma volta.

Os primeiros a sairem da água foram Igor Amorelli, Juraci Moreira Jr e Fred Monteiro, seguidos em um segundo pelotão pela triatleta olímpica Marina Ohata e Oscar Galindez, posteriormente Fernanda Keller.
O inicio do ciclismo, de 90km, aconteceu em uma rua com paralelepípedos, mal conservada, que levou ao circuito onde iriam iniciar a primeira de cinco volta em um asfalto quase que perfeito.
Em um pedal insano, Igor Amorelli resistiu a fuga de Oscar Galindez, que recuperou a ponta nos primeiros km do ciclismo, enquanto Mariana Ohata sumia a liderança no feminino.

Após os 90km de pedal, vimos Oscar Galindez chegar em 1° com Igor Amorelli colado, apenas 10m em 2°, os dois já abriam pelo menos 5min de Juracir Moreira, atleta olímpico a pouco vindo de Pequin.

Infelizmente, como a parte da corrida proceguia dentro do parque Beto Carreiro, não podemos acompanhar, a não ser pagando a importância de R$ 48,00, que era o valor do passaporte do parque.

Ao final dos 21km de corrida, ouvimos que Igor Amorelli estava 1min. à frente de Oscar Galindez, então corremos até a cerca onde poderíamos avista ( à 60m ) a chegada. Surpreendentemente vimos apenas Oscar Galindez cruzar a linha de chegada na 1° coclocação, comemorando uma virtual 2° colocação. Após 43 sengundos de espera e perguntas, vimos Irgo Amorelli surgir no meio da multidão, do lado contrário do parque, pular a grade de isolamento para cruzar na segunda posição.
Segundo Igor, a corrida estava muito mal sinalizada, fazendo errar o caminho no final, e seu batedor não conseguiu alcança-lo para corrigi-lo, perdendo mais de 1 minuto e a 1° posição.
Seu protesto ganhou força quando Marina Ohata também errou a chegada da prova, porém, teve tempo de corrir e chegou em 1°, em um fenomenal sprint, chegando apenas 6 segundos de Vanessa Gianinni.

Outra grande participação foi de André Szücs, para-atleta que garantiu sua vaga para o mundial mesmo com problemas em sua prótse. E ele nos conta como foi.

HD: André, como você avalia a prova (70.3) ?

AS: Muito além das minhas expectativas! Fiz um pedal muito forte superando a previsão e completando os 90km em 2h39min, significou manter uma média de velocidade muito boa!!! Na corrida as coisas não foram como eu esperava, pois eu tive um problemão com a minha patela da perna direita (lado a amputação), ela saiu do lugar duas vezes durante a corrida, uma nos 10.000 m e faltando 200m pra cruzar a linha de chegada. Isso me atrasou muito, pois quando aconteceu na primeira vez, eu tive que caminhar e no máximo trotar o restante da prova, além de ter ficado parado uns 10 min com a ambulância que veio me atender e dar uma olhada no joelho.
Apesar disso tudo, terminei em 6 horas, muito bom!!!

HD:Você teve problemas com sua prótese no Ironman e agora no 70.3, conte o que tem acontecido !

AS: A prótese tem um detalhe que agrava muito. A Lâmina de carbono que faz com o contato com o solo, não tem a mesma estabilidade que o pé tem, então, qualquer burrada, saliência, pedrinha que eu piso, desloca a pisada refletindo direto no meu joelho. foi exatamente isso que provocou a saída da minha patela. Claro que além disso, eu tenho uma frouxidão generalizada nessa região, pois como a minha amputação é de nascença, eu meu quadríceps é pouco desenvolvido, devido a ausência de alavanca para trabalhar, pois a minha amputação é muito próxima ao joelho, uns 10 cm pra baixo da patela.

HD:Quais são as próximas provas para esse ano ??

AS: Agora eu estou sem previsão, pois estarei fortalecendo o meu joelho e só depois vou poder me programar para futuros eventos!

Após a prova, conseguimos falar rapidamente com Oscar Galindez, esausto, Galindez estava preocupado com o 70.3 de Cancun, no qual deveria manter um bom resultado perante seus patrocinadores.

“ Achei o percurso da bike perigoso, haviam crianças cruzando a pista, e a decisão de por 650 atletas em um circuito de 18km trouxe grande problemas de vácuo, e quando alcançávamos pelotões de retardatários, eram bastante confuso conseguir ultrapassa-los, por que ninguém queria ceder 1cm.”

Também conseguimos uma exclusiva com o grande triatleta Fred Monteiro.

HD: Fred, o que você achou da prova (70.3) ? (Lugar, hotelaria, organização da prova)

FM: O lugar da prova e bacana,mas não tem estrutura para um evento do tamanho de um 70.3,os hoteis são bons,mas você tem que procurar opções em piçarras,pois não tinha hotel suficiente para todos.e quanto a organização,acho que fizeram o possível dentro das normalidades do local para que a prova ocorresse bem,achei que tinham bons postos de hidratação,faltou um pouco de fiscais na bike,e a única coisa que realmente reclamo e aquela parte de corrida dentro do parque,foi horrível!!!!!!

HD: Qual a sua avaliação sobre sua participação ?

FM: Minha avaliação quanto minha participação foi satisfatória,pois perdi meu 4 gels,no pedaço de paralelepípedos no início da bike,e não pude me alimentar de forma adequada ate a etapa de corrida,e sofri a conseqüência durante o meio do ciclismo e principalmente na 2 metade da corrida,e quebrei feio,mas graças a deus consegui segurar 5 posição

HD: Quais as próximas provas que pretende correr ainda esse ano ?

FM: Minhas próximas provas serão as etapas do Troféu Brasil.


HD: Quando vamos poder vê-lo se dedicando mais aos longas ? Em mundiais ?

FM: Quanto a minha dedicação as provas mais longas,não sei ainda,vou continuar correndo todas as distancias,mas tenho um projeto para próximo ano,de correr os mundiais de longa e 70.3,mas isso dependera do que poderei fechar de patrocínio para próximo ano.

Então, após tanta força, confusão, choro e comemoração, a classificação ficou assim:

Elite Masc.

1° Oscar Galindez 03:54:23
2° Igor Amorelli 03:55:06
3° Juracir Moreira Jr 03:59:52
4° Ivan Albano Jr 04:07:02
5° Frederico Luiz Monteiro 04:10:10
6° Frank Silvestrin 04:11:34
7° César Ottaviani 04:20:53
8° Newton A. Weber 04:24:45
9° Glower M. Kujew 04:29:25

Elite Fem.

1° Mariana Ohata 04:25:34
2° Vanessa Gianinni 04:25:40
3° Ana Lidia dos Santos 04:29:20
4° Adriane G. M. da Silveira 04:54:27
5° Alesandra R. de Carvalho 04:57:17

Grande abraço a todos, bons treinos e até a próxima...




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