quarta-feira, 17 de junho de 2009

IRONMAN BRASIL 2009 RACE DAY













Ironman provou para mim, mais uma vez, não ser uma ciência exata.

Apesar de bem treinado e ter respondido muito bem aos exaustivos estímulos durante as incontáveis sessões de treinos, de estar saudável e "bem nutrido", acabei mostrando um mau desempenho nesta prova que teima em não encaixar.

As aspas tem um motivo. Pois me sentia bem, mas no primeiro quilômetro de natação já senti que o meu corpo não obedecia minha mente da forma planejada, que algo estava errado, pois comecei a sentir cãibras no posterior da coxa esquerda.

Durante os 3,8km de natação tive duas fortes cãibras na mesma coxa, fazendo com que tivesse que segurar muito o ritmo para não precisar parar de vez. Perdi bastante tempo, aumentei meu ciclo de respiração (achava que as cãibras poderiam ser uma baixa na saturação de O2), e, continuei a bater perna, porém mais fraco, apenas para manter uma boa perfusão sanguínea.

Saí da água bem atrasado e atrás de quase todos da Elite, com 1h e 5' mais ou menos. Bom, hora de esquecer a natação e me concentrar no ciclismo. Havia feito apenas uma única mudança no setup da minha bike para a prova, retirei a roda dianteira modelo 808 da Zipp e pus uma com perfil mais baixo, uma 5.0 da Gray, isso me daria um menor arrasto aerodinâmico lateral, afim de deixar a minha bicicleta mais estável em caso de rajadas de vento lateral. O que funcionou muito bem, não tenho o que reclamar do meu equipamento durante a prova, nem o clima, apesar de um pouco de chuva e frio entre o km 110 e 150, o vento praticamente não atrapalhou, principalmente na segunda metade dos 180km do percurso do ciclismo.



Já o meu corpo, esse continuava a não me obedecer. Acho que essa foi a melhor nutrição e hidratação que fiz em provas longas em todo o meu histórico, porém as cãibras continuavam a me incomodar. Enquanto o quadríceps lutava para empurrar o pedal para baixo, estendendo o joelho, os isquios-tibiais retesavam e tiravam a minha potência., Resumindo, fiz um pedal para 5h25', bem travado.




Como o meu Espírito estava bem, saí para correr tranquilo, tentando esquecer tudo o que ficou para trás e aproveitar a prova, uma vez que os planos já haviam "ido pro espaço".






Os primeiro 9km estava correndo bem, a baixo de 5'/km, 4´50" para ser mais exato, o que teria sido uma maratona para abaixo de 3h30', porém as cãibras voltaram, e a partir do km10 as coisas complicaram, ainda mais depois das subidas descida do Caminho dos Reis, uma pirambeira que me fez sentir uma dor aguda nos ligamentos colaterais mediais dos joelhos.
Daí para frente o tempo de cada quilometro foi aumentando junto com as dores.
Acho que nos últimos 10km dos 42.1km eu estava fazendo bem acima de 6'/km, o que resultou em uma maratona em 4h e 10', o meu pior tempo de maratonas em Ironman's.
Neste Ironman, decidimos fazer um teste, na verdade dois, dois testes sanguíneos para saber como o meu corpo reagiria ao stress fisiológico de uma prova tão dura, fizemos uma coleta na sexta antes da prova e outro na segundo após a prova. Confirmamos que já na sexta meus níveis de potássio e principalmente de sódio estavam muito baixos para uma pessoa de vida normal, quem dirá para um indivíduo prestes a fazer um Ironman.
Apesar do péssimo resultado para mim, 10h54' de prova, fiquei muito feliz em rever minha esposa e filho após a linha de chegada, e feliz em saber que estou muito mais maduro para lidar com esse tipo de frustração, pois as únicas lágrimas, desta vez, foram de comemoração com a minha família.






Na próxima prova acredito estar muito mais preparado, em todos os sentidos !!!

Abraço a todos e bons treinos
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